Cidade Cultural

O Carnaval que marcou em Joinville

O Carnaval de Joinville desse ano foi um marco. Levou para a avenida três blocos, quatro escolas e mais de 25 mil espectadores-foliões que abarrotaram as arquibancadas na Rua Rio Branco e a Praça Dario Salles, no centro da cidade. Foi mais uma prova de que a festa popular que movimenta o país é também uma festa joinvilense.

Bonito

Eu tive o prazer de acompanhar o Carnaval de Joinville quando o desfile era realizado ainda na Rua do Príncipe. A concentração era na Ministro Calógeras e as escolas e blocos tinham muitos integrantes, algumas até perto de mil. De lá pra cá, depois de retomado, sempre achei que a Procópio Gomes não era um bom espaço para o desfile, não pela representatividade histórica da região, no entorno do Mercado, mas pelo espaço físico em si. Faltava beleza, encantamento, e a magia da avenida do carnaval pedia mais. A mudança do desfile para a Rua Rio Branco foi um acerto e fez o encontro de uma Joinville das raízes germânicas com as outras diversas etnias que compõem nossa aldeia. É muito bonito ver o Afoxé passar em frente ao Museu de Imigração e Colonização, ao lado da Rua das Palmeiras.

Novos tempos

O Carnaval de Joinville é um registro claro de uma mudança de comportamento da cidade. É uma prova de que Joinville não vem só crescendo, mas evoluindo na medida em que reconhece, aceita e prestigia o evento. As comunidades que preparam o Carnaval não são e não podem ser mais vistas como guetos de minorias que recebem uma “oportunidade” para manifestar suas culturas, mas como culturas co-existentes e que se somam a outras e que são legitimamente parte da nossa história de cidade. O momento é de respeito e valorização à pluralidade cultural. E isso é bom! Quem ainda fala mal ou não reconhece a força do Carnaval de Joinville não percebe sua própria cidade e a discrimina.
Por: Pierre Porto Silveira
Foto: Kátia Nascimento / Secom